quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Portugal Consciente - Está nas nossas mãos.

Já é a segunda vez esta semana, que algo em mim fez um "click" e me levou a agir. A primeira já a vou contar. A segunda, é exactamente o que estou a fazer - escrever aqui para mudar a maneira de pensar em Portugal! Temos que o fazer. É uma exigência que cada um tem que fazer a si próprio. É muito simples, se eu for exigente, vou obrigar a quem lida comigo a sê-lo também. Mas já vão ver ao que me refiro.

Ainda no segundo "click". Acabei de receber um e-mail, enviado pelo meu amigo Vítor Silva (bloguista aqui), com um texto do Mário Crespo (e que vou deixar para vocês lerem mais a frente). Este texto, bate tal e qual no Português que toda a gente odeia - o egoísta, de uma forma em geral, porque dentro dos egoístas existe um subgrupo que são os corruptos. Mas, que no entanto, ninguém se importa de ser, se alguém pactua! Não sei se o Jornalista Mario Crespo fez as contas, mas a custa-me a crer que tais reduções de 10% cheguem para reivindicar tanta coisa. No entanto, se todos fossemos mais exigentes, talvez houvesse mais 10% para muita coisa. Ainda assim, acredito que o texto do jornalista seja muito mais uma mensagem de ética.

Agora no primeiro "click". No outro dia, era eu o responsável permanente da loja, quando me caiu em mãos um pedido especial de um cliente. Muito simpático e sorridente, disse-me que pretendia uma factura de uns artigos para entregar na sua empresa (um polar e umas sapatilhas de futebol. Que até são coisas essenciais para ter numa empresa! Mas não tenho nada a haver com isso). Ciente que a lei proíbe a emissão de facturas a compras com mais de 5 dias, fui ver a data do talão: já tinham passado 29 dias da data da compra. - "Olhe, peço desculpa mas não lhe posso emitir a factura porque já passaram os 5 dias que a lei determina para passar a factura" disse-lhe, fosse o caso de não saber. O cliente: "Eu sei!", e sugeriu-me: "Mas faça assim e assim que já dá!" Subiram-me uns calores, e na minha mente já só me passavam odeias originais para o passar de cliente a outra coisa qualquer! O "click" ali foi dado pela minha colega (natural de França) que já me tinha conferenciado, momentos antes, que era por causa destas que Portugal não ia a lado nenhum! Aquele tuga trafulha estava a dar-lhe razão!!! Fui sempre correcto para o cliente e expliquei-lhe que não o podia fazer... Fui acusado que não sabia emitir a factura, que não sabia mexer no software e ainda me disse que a sua sugestão não nos prejudicava em nada. Mas não lha passei! Não quero saber se era um polar ou uma sapatilha, nem para onde ia a factura. Mas foi a forma como me tentou ludribiar. Ele sabia que eu não lhe podia passar a factura.

Fui exigente comigo e com a lei, mas porque eu quero viver num país em condições. E se eu fizer isto e puder consciencializar quem está à minha volta, então já estou a dar um passo a mais...

Caros concidadãos, vamos ser mais justos connosco, e para os outros! Só a título de exemplo, temos 2 milhões de pobres em Portugal! Existem imensos recursos mal utilizados. Todos nós sabemos disso e não fazemos nada!

Agora o texto que me foi enviado:

Imaginem
00h30m
Imaginem que todos os gestores públicos das setenta e sete empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados. Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.
Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível
em dez por cento.
Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas. Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta. Imaginem que só eram usados em funções do Estado.

Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público. Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar. Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês.
Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha. Imaginem que o faziam por consciência. Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas. Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam. Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares. Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.

Imaginem remédios dez por cento mais baratos.
Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde. Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros. Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada. Imaginem as pensões que se podiam actualizar. Imaginem todo esse dinheiro bem gerido. Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.
Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal. Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.
Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo.
Imaginem que país podíamos ser se o fizéssemos.

Imaginem que país seremos se não o fizermos.


6 comentários:

  1. Muito bem!
    É com gestos assim que se conseguirá mudar alguma coisa. O problema é que, infelizmente, na prática há sempre alguém que cede...
    Apesar de tudo, nunca é tarde para mudar e com pequenos gestos de todos nós, grandes coisas mudam.

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  2. Estou contigo nesta luta Mouco mas vai dizer isso ao Godinho e aos seus pares! Ainda hoje li que o Estado "anda atrás" de 780 milhões de euros de receitas do IVA... :\

    Tulipa

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  3. O Estado é pai de muita gente... O problema é que ele nem sabe de quem...

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  4. Imagina que antes de se passar ao voluntariado na descida dos próprios salários...todas as pessoas, cumprindo a lei, passavam recibo.

    O problema é que nem se cumpre a lei, quanto mais tomar a iniciativa para fazer descer 10% de forma positiva o q quer q seja.

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  5. Em Portugal, nunca houve abundância de riqueza, né? Então a malta agarra-se ao que pode... acho que isto é um problema cultural...

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  6. O "agarras-se à riqueza" perece-me cultural não pela falta de riqueza, mas pelo chico-espertismo do tuga...

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